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quinta-feira, 18 de maio de 2017

Irmã do senador Aécio Neves é presa pela Polícia Federal



Irmã do senador Aécio Neves é presa pela Polícia Federal

A irmã e assessora do senador Aécio Neves (PSDB-MG), Andrea Neves, foi presa por agentes da Polícia Federal e do Ministério Público Federal na manhã desta quinta-feira (18) no condomínio Retiro das Pedras, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais. O primo do senador e de Andrea, Frederico Pacheco de Medeiros, também foi preso na Grande BH.

Andrea foi presa porque há suspeitas de que ela tenha pedido dinheiro ao empresário Joesley Batista, dono do grupo JBS, em nome do irmão. Ela é considerada operadora do senador nas investigações da Lava Jato. O advogado Marcelo Leonardo esteve na sede da PF em Belo Horizonte, para onde Andrea foi levada, e disse que vai fazer a defesa da irmã de Aécio, mas não vai se manifestar sobre a prisão neste momento.

Andrea deixou a sede da Polícia Federal por volta das 13h40 e foi levada para o Instituto Médico Legal (IML) para ser submetida a um exame de corpo de delito. Após o procedimento, ela será encaminhada para o Complexo Penitenciário Feminino Estevão Pinto, em Belo Horizonte.


De acordo com o a delação, Aécio indicou o primo Frederico Pacheco para receber o dinheiro, e a entrega foi filmada pela Polícia Federal. Em São Paulo, Fred entregou as malas para Mendherson Souza Lima. Sempre seguido pela PF, Mendherson, que é cunhado de Perrella, fez três viagens de carro a Belo Horizonte levando a propina. Segundo a PGR, os recursos foram parar na Tapera Participações Empreendimentos Agropecuários, do filho de Perrella, Gustavo.

O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), mandou afastar o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG), do mandato de senador. Mais cedo, o G1 informou que o magistrado havia optado por não decretar monocraticamente o pedido apresentado pela Procuradoria Geral da República (PGR) para prender o parlamentar tucano. O caso seria levado ao plenário do Supremo.

No entanto, por volta do meio-dia, o STF informou que o ministro Edson Fachin negou o pedido de prisão de Aécio Neves e não levará a decisão sobre o assunto para o plenário. Fachin apreendeu o passaporte de Aécio e o proibiu de ter contato com outros investigados.

Operação Patmos

A operação Patmos - batizada pela Polícia Federal em referência à ilha grega onde o apóstolo João teve visões do Apocalipse - foi deflagrada a partir da delação da JBS, revelada pelo jornal O Globo. Nela, Aécio Neves aparece pedindo R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista para pagar a defesa dele na Lava Jato. As informações foram confirmadas pela TV Globo.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin autorizou o cumprimento de 41 mandados de busca e apreensão e oito de prisão preventiva em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Maranhão e Paraná, cumpridos pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal.

Os pedidos de prisão e busca e apreensão foram feitos pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, com base na delações dos donos da JBS e em apurações da Polícia Federal. Os fatos que embasaram os pedidos ocorreram neste ano, em pleno curso das investigações da Operação Lava Jato.

De acordo com a Procuradoria-Geral da República, o objetivo da operação foi apreender documentos, livros contábeis e fiscais, arquivos eletrônicos, telefones, valores e objetos que podem se relacionar à investigação. A investigação apura os crimes de corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro, constitutição e participação de organização criminosa, dentre outros.

Aécio Neves (PSDB) sorri ao lado da irmã, Andréa Neves, em foto de quando ele era governador de MG (Foto: Agência MG/Arquivo)

Em nota, a PGR disse que Rodrigo Janot considera que "o caso revela perplexidade, pois os fatos ocorreram apesar e durante as investigações de delitos graves praticados através de autênticas organizações criminosas enraizadas no poder público, envolvendo algumas das mais altas autoridades do país. 'Isso demonstra que o esperado efeito depurador e dissuasório das investigações e da atuação do Poder Judiciário lamentavelmente não vem ocorrendo e a espiral de condutas reprováveis continua em marcha nos mesmos termos e com a mesma ou maior intensidade e desfaçatez'”, disse.

Operação em várias cidades

No Rio de Janeiro, a operação começou por volta das 5h. Um chaveiro foi chamado para os agentes cumprirem o mandado de busca e apreensão no apartamento de Andréa em Copacabana, na Zona Sul. Este imóvel pertenceu ao ex-presidente Tancredo Neves, avô de Aécio e Andrea.Também foram feitas buscas nos apartamentos de Aécio e de Altair Alves Pinto, conhecido por ser braço direito do deputado Eduardo Cunha, que está preso. As diligências foram todas autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Por volta das 6h15, pelo menos cinco carros descaracterizados da Polícia Federal chegaram à chapelaria do Congresso, em Brasília, que é a principal entrada e a mais utilizada pelos parlamentares. No Congresso, as buscas são feitas nos gabinetes de Aécio e Perrella e do deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR). O G1 não conseguiu localizar a defesa deles.

Em Belo Horizonte, policiais federais estão no prédio onde mora Aécio, no bairro Anchieta, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Uma viatura da PF com cinco policiais chegou por volta das 6h. Ainda não se sabe se alguém foi encontrado no apartamento. Os agentes também estão na casa de Perrella, no bairro Belvedere, Região Centro-Sul.

Agentes também fazem buscas em fazendas da família Neves no interior de Minas Gerais. O primo de Aécio Neves Frederico Pacheco de Medeiros também foi preso em casa, no condomínio Morro do Chapéu, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, nesta manhã.

A informação foi confirmada pelo advogado de Frederico, Maurício Campos Júnior, mas o defensor disse que, por enquanto, não vai se manifestar sobre a prisão.

Equipes da PF e do MPF em frente ao prédio de Andrea Neves, irmã de Aécio, em Copacabana (Foto: Leslie Leitão/TV Globo)

O assessor parlamentar de Zeze Perrella (PMDB-MG), Mendherson Souza Lima, que é também cunhado do senador e ex-vice-presidente da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), é citado na delação como a pessoa que recebeu o dinheiro. Ele foi preso nesta manhã. A Polícia Federal informou que apreendeu R$ 400 mil em dinheiro na casa do assessor. O G1 tenta localizar a defesa de Lima./G1

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