A Polícia Militar do Espírito
Santo indiciou 703 policiais militares (PMs) pelo crime de revolta. Se
condenados, a pena é de 8 a 20 anos de detenção em um presídio militar e a
expulsão da corporação. Esses policiais tiveram o ponto cortado desde sábado (4)
e não vão receber salário. O secretário de Segurança Pública, André Garcia,
informou que eles foram indiciados pelo crime militar de revolta por estarem
armados e aquartelados nos batalhões.
O comandante-geral da Polícia
Militar, coronel Nylton Rodrigues, disse que o número de indiciamentos “com
certeza” irá aumentar muito. Segundo ele, o Comando da Polícia Militar
identificou que os homens que estão participando do movimento grevista são os que
têm menos tempo de serviço na corporação.
“Esse movimento é realizado
pelos praças [soldado, cabo, sargento e subtenente]. Não é um movimento dos
oficiais”, afirmou o comandante-geral, em entrevista à imprensa na sede da
Secretaria de Segurança Pública. “Nossa tropa escolheu a forma errada [de
negociação]. Não se negocia com a arma na cabeça.”
O secretário de Segurança
também afirmou que o governo está identificando por meio de imagens as mulheres
e os parentes que estão participando das manifestações e bloqueiam a entrada
dos quartéis para evitar a saída das viaturas. O objetivo é resposabilizar
civilmente essas pessoas. A relação dos parentes que estão à frente do
movimento será encaminhada para o Ministério Público Federal.
“Essas pessoas vão pagar os
custos da mobilização das tropas federais do Exército, da Marinha e da
Aeronáutica. O recado está dado para os familiares. Não vão sair isentos desse
processo”, disse Garcia.
O secretário de Segurança
Pública disse que as tropas das Forças Armadas e da Força Nacional não serão
mobilizadas em um primeiro momento para retirar as mulheres que bloqueiam a
entrada dos batalhões, mas não descartou essa possibilidade.
A cúpula da segurança pública
anunciou as ações que serão tomadas após reunião de negociação com o movimento
grevista da Polícia Militar. O encontro entre os secretários do governo do
Espírito Santo e representantes das mulheres e das associações de classe dos
policiais militares terminou sem acordo no início da madrugada desta
quarta-feira após dez horas de reunião.
Desde segunda-feira (6), o
patrulhamento no estado tem sido feito pelas Forças Armadas e pela Força
Nacional. O Ministério da Defesa anunciou ontem (9) o reforço na segurança em
todo o estado. O comandante da força-tarefa da Operação Capixaba, general
Adilson Katibe, disse que, até o fim de semana, o número total de militares
deve chegar a 3 mil homens. A força-tarefa conta atualmente com 1.783 homens,
sendo 1 mil do Exército, 373 da Marinha, 110 da Força Aérea e 300 da Força
Nacional.
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