Vista da fachada da escola EMEF Ceciliano Abreu de Almeida, em Vitória (ES), nesta segunda-feira (6). A falta de policiamento nas ruas de Vitória levou a prefeitura a suspender o início do ano letivo na rede municipal na manhã desta segunda-feira (6).
A prefeitura de Vitória
suspendeu hoje (6) a volta às aulas na rede municipal e o atendimento em todas
as unidades de saúde da capital do Espírito Santo. Segundo o executivo local, a
decisão foi tomada em virtude do protesto de familiares dos policiais militares,
que impedem a saída de viaturas dos batalhões. O objetivo é preservar a
integridade e a segurança de alunos, pacientes e servidores e profissionais da
saúde e da educação.
A suspensão das aulas
acontece para os estudantes do turno matutino e vespertino e o reinício das
atividades será decidido pela administração municipal. Nas unidades de saúde, a
vacinação contra a febre amarela está temporariamente suspensa até o fim do
protesto dos familiares de policiais militares. O atendimento nos pronto-atendimentos
da Praia do Suá e São Pedro continua normal neste início de semana.
As manifestações de
familiares começaram na sexta-feira (3), quando 12 mulheres, familiares de
militares se reuníram em frente à 6ª Companhia, no bairro de Feu Rosa, na
Serra, e fecharam a saída de viaturas. Elas reivindicam reajuste salarial e o
pagamento de auxílio-alimentação, periculosidade, insalubridade e adicional
noturno.
As manifestações se
estenderam para outros batalhões durante o fim de semana e, segundo a
Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar do Estado
do Espírito Santo (ACS), já atingem todos os batalhões do estado.
Salário defasado
Segundo a ACS, o salário base
de um policial no Estado é R$ 2,6 mil, enquanto a média nacional chega a R$ 4
mil, "o pior salário do Brasil" e sem aumento salarial há anos.
"Cansadas desta situação e de presenciar o estresse dos companheiros que,
mesmo com o pior salário do país, saem para o serviço e cumprem com eficiência
a missão que lhe é dada, elas resolveram reivindicar. Estas mulheres resolveram
falar e elas representam a voz de todos os policiais militares neste
momento", informou a associação.
O diretor Social e de
Relações Públicas da ACS, Thiago Bicalho, disse que o movimento de mulheres foi
espontâneo e que a associação está colaborando na interlocução com o governo do
estado. "Mas o governo não quer dialogar. De forma equivocada e arbitrária
disse que enquanto as mulheres não saírem não vão dialogar. E as mulheres estão
batendo o pé que não vão sair", disse.
Bicalho contou que o fim de
semana no Espírito Santo foi "um inferno", com aumento de
criminalidade, com homicídios, arrombamentos, assaltos e arrastões.
"Estamos lutando para que isso acabe. Agora o que precisávamos é
dialogar", disse.
Ajuda federal
O governo do Espírito Santos
solicitou apoio do governo federal para retomar o policiamento. Segundo o
secretário de Segurança Pública, André Garcia, durante o fim de semana o estado
negociou com os ministérios da Justiça e Segurança Pública e da Defesa o envio
das Forças Armadas e da Força Nacional. "Agora estamos ultimando o
procedimento para que as forças sejam imediatamente disponibilizadas para o
estado", disse em comunicado.
Garcia disse ainda que a
justiça concedeu liminar declarando a ilegalidade do movimento, a necessidade
de desobstrução de todos os quarteis e unidades da polícia. Também foi feita a
substituição do Comando Geral da Polícia Militar, que será comandada pelo
coronel Nilton Rodrigues. "Ele assume o comando com a missão de
restabelecer a ordem e disciplina e continuar conversando com os policias com a
premissa fundamental de colocar policiamento na rua", disse./Agência
Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário