O ator Nelson Xavier morreu,
aos 75 anos, na madrugada desta quarta-feira (10), em Uberlândia, Minas Gerais.
Tereza Villela Xavier, filha do ator, usou sua página no Facebook para falar da
perda do pai. "Lamento informar a quem possa interessar que meu pai,
Nelson Xavier, faleceu esta noite em Uberlândia. Seu corpo será transferido, celebrado
e cremado no Rio de Janeiro em cemitério ainda não determinado. Agradeço desde
já as mensagens de apoio. Ele virou um planeta! Estrela ele já era. Fez tudo
que quis, do jeito que quis e da sua melhor maneira possível, sempre",
escreveu ela.
PERFIL: Nelson Xavier venceu
timidez para virar ator - Em 2014, durante o Festival de Gramado, Nelson Xavier
contou que fez tratamento contra o câncer de próstata em 2004 e que estava
livre da doença. Foi lá também que recebeu o prêmio de melhor ator com "A
despedida", um de seus últimos trabalhos.
Nelson Xavier já vinha sendo
tratado em uma clínica de geriatria na cidade, prestadora de serviço do
Hospital Santa Genoveva. Segundo informações do hospital ao G1, ele deu entrada
nesta terça-feira (9), às 10h57 e, em seguida, foi transferido para um quarto
particular. A morte, por volta das 0h45, ocorreu após o agravamento de uma
doença pulmonar.
"O ator faleceu próximo
a amigos e familiares. Estava com o semblante sereno", disse o médico
geriatra Tiago Ferolla. O corpo foi encaminhado para uma funerária do município
e deve ser levado no início da tarde para o Rio de Janeiro. Perfil Nelson Agostini Xavier nasceu
em São Paulo ,
em 30 de agosto de 1941. Chegou a cursar direito, mas a paixão pelo cinema mudo
o estimulou a mudar de profissão. Nos anos 1950, entrou para a Escola de Artes
Dramáticas da Universidade de São Paulo e também para o Teatro de Arena – um
dos mais importantes grupos de artes cênicas daquela época.
Atuou, então, em suas
primeiras peças, entre elas "Eles não usam black-tie" (1958), de Gianfrancesco
Guarnieri, "Chapetuba Futebol Clube" (1959), de Oduvaldo Vianna
Filho, "Gente como a gente" (1959), de Roberto Freire, e
"Julgamento em Novo Sol "
(1962), de Augusto Boal.
Nelson era tímido e chegou a
acreditar que não tinha vocação para as artes dramáticas, queria trabalhar
atrás das câmeras. “Eu tive muita dificuldade em começar a fazer televisão. As
máquinas eram enormes, eu tinha pavor, até tremia”, contou ao site Memória
Globo.
Nessa época, também foi
jornalista. Com o diretor Eduardo Coutinho, trabalhou como revisor na revista
"Visão", onde passou a colaborar também como crítico de cinema e
teatro. Cinema e TV Após o golpe militar de 1964, que intensificou a censura ao
teatro político, o ator passou a estar mais presente no cinema.
Até o fim dos anos 70, fez
mais de 20 filmes, entre eles "O ABC do amor" (1967), de Eduardo
Coutinho, Rodolfo Kuhn e Helvio Soto; "É Simonal" (1970) e "A
culpa" (1972), de Domingos de Oliveira; "Dona Flor e seus dois
maridos" (1976), de Bruno Barreto; e "A queda" (1978), de Ruy
Guerra, que lhe rendeu um Urso de Prata no Festival de Berlim.
Sua primeira participação na
TV foi como o personagem Zorba, na novela "Sangue e areia" (1967), de
Janete Clair. Seis anos depois, conseguiu seu primeiro grande papel, em
"João da Silva" (1973). Mas foi em 1982 que viveu um de seus
principais protagonistas, na primeira minissérie da Globo, "Lampião e
Maria Bonita", dirigida por Paulo Afonso Grisolli e baseada nos últimos
seis meses de vida de Virgulino Ferreira da Silva.
Na Bahia, gravou a minissérie
"O pagador de promessas" (1988), dirigida por Tizuka Yamasaki, com
autoria de Dias Gomes. Na trama, interpretou o gigolô Bonitão, que tentava
seduzir a mocinha Rosa (Denise Milfont). Nelson também fez novelas, entre elas "Pedra
sobre pedra" (1992), "Irmãos coragem" (1995), "Senhora do
destino" (2004) e "Babilônia" (2015).
Em 2010, Nelson interpretou
Chico Xavier nos cinemas. Na época, o ator afirmou que havia vivido ali seu
melhor papel. "Finalmente fiz o meu maior papel. Fui invadido por uma onda
de amor tão forte, tão intensa, que levava às lágrimas”, contou Nelson Xavier,
que no longa viveu o líder espírita dos 59 aos 65 anos. “Nenhum dos personagens
que fiz mudou minha vida. O Chico fez uma revolução”./G1
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