O presidente Michel Temer
sancionou nesta quinta-feira (11) a lei que cria a Identificação Civil Nacional
(ICN), um novo documento que unificará os dados biométricos e civis dos
brasileiros. O novo documento ficará a cargo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
As informações ficarão associadas ao registro biométrico, que já vem sendo
feito pelo órgão e deve ser concluído até 2022 em todo o país, e à foto do
cidadão.
A ICN unificará o Registro
Geral (RG), o Título de Eleitor e o Cadastro de Pessoa Física (CPF) – eles
continuarão válidos, mas precisarão ser substituídos quando perderem a
validade. Ficam de fora do registro unificado a Carteira Nacional de
Habilitação (CNH) e o Passaporte. A primeira, porque pode ser retida órgão de
trânsito em caso de infração; o segundo, porque é uma exigência de outros
países.
A lei traz três vetos no
texto original aprovado pelo Congresso em abril. Um deles exclui a gratuidade da primeira
via do documento – que, portanto, deverá ser paga pelo cidadão. Os outros vetos
eliminam a impressão do documento exclusivamente pela Casa da Moeda – o que,
segundo o governo, sobrecarregaria o sistema - e a pena estipulada no texto
original em caso de comercialização do banco de dados do TSE para criar o
documento.
Ainda não há data para que o
novo documento comece a ser emitido. Para isso, o banco de dados com as
informações dos cidadão ainda precisará ser criado. A previsão é de que isso só
ocorra depois de 2020. “O Brasil é um dos campeões de fraude, principalmente no
sistema financeiro, onde se estima R$ 60 bilhões de prejuízo motivado pela
tripla ou quadrupla identificação”, afirmou o presidente da Fecomércio,
Guilherme Domingos Afif, idealizador do novo cadastro.
De acordo com Afif, o TSE
chegou a identificar pessoas que chegavam a ter 50 identificações diferentes.
Atualmente, é possível solicitar a emissão de um RG diferente em cada estado
brasileiro. “O cidadão é um só. Se ele é um só, por que precisa ter tanto
número de identificação? Porque cada um quis fazer o seu 'cadastrinho', ser
dono do seu cadastro. Ter cadastro é ter poder. A tendência é acabar com isso”,
explicou./G1
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