A cidade de Teixeira de Freitas completa 32
anos de emancipação político/administrativa nesta terça-feira, dia 9 de maio.
Este ano a cidade comemorou o seu aniversário com três dias de festa na Avenida
das Nações, no bairro Monte Castelo, onde passaram grandes artistas da música e
espetáculos do nosso folclore regional, a exemplo da Escola de Samba Coroa
Imperial de Caravelas.
Durante a sexta-feira, sábado
e domingo, o município levou à avenida multidões ao som da voz de grandes
artistas do axé music de Salvador. O aniversário de Teixeira de Freitas é nesta
terça-feira (09), mas o feriado foi antecipado para o dia 8, segunda-feira, por
meio de decreto do prefeito Temóteo Alves de Brito (PSD).
Teixeira de Freitas é a maior
cidade do extremo sul da Bahia, tida como a capital dessa região administrativa
com 160.498 habitantes conforme o último cálculo do IBGE de outubro de 2016.
Tem 103 mil eleitores. 67 bairros e é a 10 maior cidade da Bahia e a 7ª maior
do interior do Estado. Suas praças e ruas são extensas e muito bem arborizadas.
O trânsito é intenso e as ruas sempre muito bem movimentadas por causa da
pujança do comércio.
A cidade está ladeada por 13
municípios e pelas regiões nordeste de Minas Gerais e extremo-norte do Espírito
Santo. A cidade é o maior polo comercial desse triângulo mesorregional e o
terceiro maior polo comercial do interior da Bahia, atrás apenas de Feira de
Santana e Vitória da Conquista e possui um público flutuante de 845 mil
pessoas.
Teixeira de Freitas é o 15º
maior território do extremo sul com uma área de apenas 1.154 km² desmembrado
por ocasião da sua emancipação, dos municípios de Alcobaça (68%) e Caravelas
(32%). Somente a cidade possui hoje, 47.537 domicílios residenciais. O
SINCOMÉRCIO fechou o dia 31 de dezembro de 2016, com 5.163 empresas ativas e,
com 19.211 pessoas trabalhando somente no comércio. No entanto, é do campo que
o município mais arrecada com 51% da sua receita tributada.
Sua densidade demográfica é
102,59 habitantes por km², e a taxa média de crescimento do teixeirense anual é
de 2,6%, cuja renda média domiciliar mensal é de R$ 2.536,00. Em 31 de dezembro
de 2016, a frota de veículos de Teixeira de Feitas, fechou em 50 mil carros
emplacados. Atualmente é um veículo para cada 4 pessoas. O crescimento da classe-B
na Bahia é de 14,4%. No extremo sul baiano é de 14,7%. Já em Teixeira de
Freitas, é de 18,2%, ou seja, o teixeirense melhora de vida mais do que a média
da região e do estado.
Teixeira de Freitas mostra
para o Brasil seu potencial econômico adquirido com a cultura do eucalipto, do
comércio, da cana de açúcar, do gado e da construção civil. Sendo que os
recursos da construção civil aqueceram o mercado teixeirense, porque trata-se
de um dinheiro que chega de fora, direto para mão do construtor, do engenheiro,
do pedreiro, ajudante, auxiliar de serviços gerais, carpinteiro, eletricista,
comerciante, carregador e muitos outros profissionais empregados diretos e
indiretos.
Em 2010, a cidade possuía
apenas 6 imobiliárias e 9 corretores. Hoje a cidade possui 20 imobiliárias e
152 corretores de imóveis credenciados. Nos últimos 6 anos, a cidade expandiu
40% do seu território urbano, em todas as direções, fruto da criação de novos
bairros, condomínios e centros empresariais. E a cidade se tornou a grande
metrópole da região onde de tudo é possível se realizar e encontrar, e serve
atualmente de referência comercial, educacional e empresarial para três povos
divisórios, baianos, mineiros e capixabas.
Teixeira de Freitas, tem o
seu nome em homenagem ao baiano Mário Augusto Teixeira de Freitas, nascido em
31 de março de 1890 na cidade de São Francisco do Conde e morreu aos 66 anos no
dia 22 de fevereiro de 1956 na cidade do Rio de Janeiro. Tratou-se do
estatístico brasileiro que fundou o Instituto Nacional de Estatística, cujo
nome foi mudado em 1938 para Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística –
IBGE.
O baiano Mário Augusto
Teixeira de Freitas formou-se em Direito em 1908 e se destacou como um dos mais
expressivos pensadores do país, em um período marcado por expoentes saídos de
movimentos modernistas e revolucionários dos anos 20, como Alceu Amoroso Lima,
Gilberto Freire, Azevedo Amaral e Oliveira Viana. O seu pensamento teve como
marca a abrangência da reflexão teórica e a eficácia da intervenção no sistema
político, administrativo, social, técnico e científico do país.
A homenagem ocorreu porque o
governo achou por bem prestar-lhe uma homenagem póstuma, tendo os chefes das
agências de estatísticas recebido ordens da direção central do IBGE, no sentido
de propor junto aos prefeitos de cada município baiano que fosse dado o nome de
Mário Augusto Teixeira de Freitas a um logradouro. Em 1957, o então chefe das
agências de estatísticas de Alcobaça, o Sr. Miguel Geraldo Farias Pires, em
cumprimento às determinações emanadas da Inspetoria do IBGE na Bahia,
oficialmente, solicitou da Prefeitura e Câmara de Alcobaça a homenagem póstuma
ao imortal baiano Teixeira de Freitas, dando-lhe o seu nome ao Povoado de São
José de Itanhém, o que foi bem aceito pelo Executivo e Legislativo de Alcobaça.
A emancipação do município
foi estabelecida pela Lei 4.452 de 9 de maio de 1985. A instalação se deu em 1º
de janeiro de 1986, tendo o chefe político Temóteo Alves de Brito sido
empossado como primeiro prefeito do município, após longa caminhada política
por sua emancipação e eleito pelo voto direto do povo. Na época como homens
constituídos politicamente, o vice-prefeito de Alcobaça, Gilson Roque do
Nascimento, o presidente da Câmara, Permindio Muniz Bomfim e os vereadores
Gessé Inácio do Nascimento, Pedro Guerra e José Militão Guerra encabeçaram o
projeto de Lei da emancipação de Teixeira de Freitas.
A história da cidade de
Teixeira de Freitas, embora recente, guarda aspectos pitorescos e valiosos que
auxiliam a analisar a situação socioeconômica atual no município. Vários destes
aspectos foram relatados por antigos moradores e, entre eles o fato de que em
1965/66 já existiam vários núcleos que, embora vizinhos, pertenciam a
municípios diferentes: é o caso de Vila Vargas, Jerusalém, São Lourenço e o
povoado Duque de Caxias, que pertenciam ao município de Caravelas. Monte
Castelo, Bairro da Lagoa (onde esta o shopping Teixeira Mall Center) e o bairro
Wilson Brito (Buraquinho) pertenciam a Alcobaça. Teixeira de Freitas foi
criado, portanto, com o desmembramento de terras de Alcobaça e Caravelas.
O Povoado de Teixeira de
Freitas teve sua origem em conseqüência do grande volume de madeira de lei
existente na região, o que proporcionou a formação de casas, criando assim, o
povoado, que mais tarde foi denominado São José de Itanhém, por ficar próximo à
margem esquerda do rio Itanhém.
Entretanto, há relatos de que
já na década de 50, quando ainda havia matas virgens no local onde hoje se
situa Teixeira de Freitas, chegaram os Senhores Hermenegildo Félix de Almeida e
Júlio José de Oliveira, iniciando o desmatamento; posteriormente, a firma
Eleosippo Cunha construiu um acampamento coberto de palhas, dando início à
extração de madeira. Em 14 de abril de 1958, na capela de São Pedro, foi
celebrado o primeiro casamento religioso, sendo o celebrante o Frei Olavo e
como nubentes, os Senhores Aurélio José de Oliveira e Dona Izaura Matias de
Jesus.
O povoado de São José de
Itanhém era conhecido popularmente como “Povoado Perna Aberta”, hoje no centro
de Teixeira de Freitas, as antigas rodagens estão localizadas na Avenida
Marechal Castelo Branco e Rua Princesa Isabel, fazendo sua junção na esquina em
frente ao Bradesco. Mesmo sem contar com qualquer infra-estrutura, inclusive
energia elétrica e vias de acesso razoáveis, estes núcleos atraíram
contingentes migratórios consideráveis e, no ano de 1980 Teixeira de Freitas
era um expressivo centro regional, com mais de 60 mil habitantes, sem ainda ser
emancipado politicamente.
Ate a década de 70 o vilarejo
de Teixeira de Freitas, perdido na Mata Atlântica que ainda restava no interior
baiano, era apenas uma referência para os seus próprios e poucos moradores,
ocasião que a localidade era chamada de “Mandiocal”.
A constituição do município é
muito recente. Até ha pouco tempo, 1986, o núcleo urbano possuía uma situação
muito singular. A sua subordinação administrativa era dividida entre dois
municípios. A vila que atualmente dar origem a Teixeira de Freitas se
localizava exatamente na linha divisória entre os municípios de Alcobaça e
Caravelas. De tal modo que algumas ruas estavam em um município e outras no seu
vizinho.
Alcobaça, sede do município
que dispensava uma atenção um pouco maior ao povoado pela simplicidade de sua
organização administrativa e pela pouca importância da Vila de Teixeira de
Freitas, não possuía nenhum mecanismo legal e constante para o acompanhamento e
a fiscalização sobre o que e como se construía. Assim o núcleo urbano ia se
estendendo, desorientado.
A partir da década de 70, com
a construção da rodovia BR-101, e num movimento que já havia se iniciado alguns
anos antes com pouca intensidade, a mata vai sendo derrubada e substituída por
pastagens. Inicialmente, num processo mais lento, chegaram os criadores do
interior baiano. Após a construção da rodovia, vieram principalmente os
criadores mineiros e os madeireiros capixabas que, numa conjugação de
interesses, intensificaram a tomada da mata. O núcleo então começa a ganhar
força.
A chegada das serrarias foi
decisiva no grande aumento do movimento na já dinâmica região e reforçou a
tendência de expansão de todo o comércio.
O solo se mostrava adequado
para a agricultura. A fase do “milagre brasileiro” promove a expansão do
mercado consumidor no sul do país. As terras de Teixeira de Freitas passam a
atrair migrantes agricultores e empresas cooperativas, sedentos de produção e
lucro rápido.
O beneficiamento da madeira,
a agricultura produtiva, um mercado comprador assegurado, o gado se
reproduzindo nas pastagens e a rodovia abrindo as portas ao migrante ávido de
oportunidades aceleram o crescimento do povoado, que estava ainda na dependência
Político-administrativo de Alcobaça e Caravelas.
A cidade de Teixeira de
Freitas atualmente se destaca no nordeste brasileiro pelo grande crescimento
econômico, principalmente no seu pólo comercial e o aquecimento constante da
construção civil no município. A festa de maior tradição do calendário anual é
o aniversário da cidade que acontece sempre impreterivelmente no período
conciliado ao dia 9 de maio e também a festa da exposição agropecuária que
acontece sempre no mês de outubro.
A Lei de emancipação política
de Teixeira de Freitas se deu em 9 de maio de 1985, mas só em 1º de janeiro de
1996, que o prefeito, vice e vereadores tomaram posse no executivo e no
legislativo. O 1º prefeito do município foi Temóteo Alves de Brito, tendo sido
também o 3º prefeito e atualmente ocupa o cargo novamente como o 9º prefeito do
município.
Os 13 vereadores da época
foram: Amélia Maria Stancine Campana; Denerval Alves Cardoso; Cláudio Seije
Watanabe; Draus Coelho Rocha; José Lomanto Cardoso de Matos; José Sérgio Almeida
Figueiredo; Ricardo Ramos Pereira; Osair Nascimento Correia; Wagner Ramos de
Mendonça e Wilson Alves de Brito Filho “Wilsinho”. Além dos já falecidos Wilson
Guimarães Soares, Geraldo Antônio Roni e Ervino Stock.
Na ocasião dois suplentes
assumiram os cargos provisoriamente que foram: Agnaldo Ferreira dos Santos e
Gilmar Guimarães Queiroz. O médico Nelson do Prado Fernandes também teve uma
passagem de 3 meses e 29 dias pelo parlamento no início do mandato, mas ele que
era o presidente da casa na época, teve o mandato interrompido pela justiça
eleitoral antes de completar 4 meses de legislatura por erro na soma do
quociente eleitoral e todos seus feitos foram cassados.
Quando foi eleito um novo
presidente, tendo sido José Sérgio Almeida Figueiredo, o “Zé Sérgio”,
considerado como o 1º presidente da Câmara Municipal de Teixeira de Freitas, de
fato e de direito, durante o mandato de 29 de abril de 1986 a 31 de dezembro de
1987. (Por Athylla Borborema e com fotos de Paulo diSouza Fotografia e da
Agência Lado-B).
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