Agora, o Ministério da Saúde está concluindo um estudo sobre a saúde da população masculina que analisa as cinco principais causas de internação e mortalidade entre eles. Com esses dados, o governo pretende realizar uma campanha de conscientização para a saúde do homem, como já fez com mulheres, crianças, adolescentes e idosos.
Cuidar da saúde é uma questão cultural. Enquanto as mulheres aprendem, desde cedo, que é preciso ir regularmente ao ginecologista – e, depois, quando se tornam mães, que é preciso levar os bebês ao pediatra –, os homens não são criados com esse hábito.
“Como o papel de provedor ainda é bastante forte na cultura atual, o sexo masculino não pode se fragilizar e comprometer esse papel familiar. É considerado como o sexo forte e acredita ser mais resistente às doenças.
Essas crenças dificultam a incorporação de medidas preventivas e a mudança de estilo de vida”, explica o dr. José Antonio Maluf de Carvalho, gerente médico do Centro de Medicina Preventiva, da Unidade Jardins Albert Einstein Medicina Diagnóstica. O fato é que, por essa questão cultural, os homens sofrem com mais doenças que poderiam ser evitadas caso houvessem atitudes preventivas.
Prevenir é melhor, sempre.
Por mais batida que esteja essa máxima, ainda faz todo sentido quando o assunto é saúde. E no caso dos homens também deve ser aplicada, mesmo que a agenda esteja lotada. É preciso fazer sobrar tempo para ir ao médico entre um compromisso e outro.
No Brasil, os problemas cardiovasculares estão entre as principais causas de morte – e entre os homens a incidência é maior. Isso se reflete diretamente nos consultórios dos cardiologistas. Lá os homens são maioria, ainda que não esmagadora. “Entre meus pacientes, a proporção é de 60% homens e 40% mulheres”, diz o dr. Marcos Knobel, coordenador médico da Unidade Coronária do HIAE. O importante é que as doenças do coração e do sistema circulatório podem ser prevenidas.
A prevenção pode ser feita com check-up periódico para controle dos fatores de riscos cardiovasculares, como sobrepeso, obesidade, diabetes, colesterol, hipertensão arterial, entre outros.
Mas, quando se fala em prevenção, não basta ir ao médico periodicamente. Se não houver mudança de hábitos, de nada vai adiantar fazer visitas regulares. Evitar o cigarro e o álcool em excesso, alimentar-se de forma saudável, reservar um tempo para o lazer, para o convívio com a família e para desenvolver a espiritualidade também fazem parte de uma atitude preventiva.
Vencer preconceitos.
Outro problema entre os homens são os preconceitos com determinados exames. Como o que detecta câncer de próstata, outra das principais causas de morte. O diagnóstico traz boas chances aos pacientes, mas para isso é preciso quebrar o tabu e realizar o exame de toque retal periodicamente. “No caso dos homens que apresentam história familiar de câncer de próstata em primeiro grau, a prevenção deve começar a partir dos 40 anos”, enfatiza o dr. Maluf.
Assim como os casados, os homens de mais idade passam a se preocupar mais com a saúde. As esposas realizam “forças-tarefas” para que haja visitas periódicas ao urologista, ao cardiologista ou ao clínico geral. “Os idosos passam a se cuidar mais para previnir doenças crônicas que aparecem com o tempo”, diz o dr. Fábio Nasri, geriatra do HIAE.
Exames essenciais.
Para saber como está a saúde, vale acompanhar possíveis fatores de risco fazendo um check-up anual. “A história clínica e o exame físico devem nortear a solicitação de exames, que deve ser personalizada ao máximo”, explica o dr. Nasri.
Confira os principais exames do check-up masculino:
Exames de sangue para verificar os níveis de colesterol total e frações, triglicérides, glicemia e insulina
Avaliação de calcificação em coronária
Função hepática
Ácido úrico
Câncer de próstata: dosagem da enzima PSA
Câncer de cólon: colonoscopia
Função pulmonar, indicada aos fumantes
Raio X de tórax para avaliar os órgãos sólidos
Os especialistas recomendam.
Deixe de lado o sedentarismo: pelo menos 30 minutos de caminhada por dia. O ideal são cinco dias por semana. Alimente-se de forma saudável para controlar o sobrepeso: de cinco a seis pequenas refeições ao dia, ricas em frutas, legumes e verduras. Mude o ritmo da vida profissional: é preciso buscar equilíbrio entre os diversos papéis que se tem na sociedade e na família. Isso promove felicidade e alegria de viver.
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