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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Álvaro Pinheiro: o homem errado no lugar errado



Álvaro Pinheiro, secretário da Educação de Itanhém, poderia muito bem ser definido nestes termos: o homem errado no lugar errado.

Porque, como irmão da prefeita Zulma Pinheiro (PMDB), Álvaro poderia estar em qualquer outro lugar, exercendo qualquer função – inclusive de ex-deputado estadual –, mas não na secretaria da Educação de Itanhém. Isso se aplica também a Newton Pinheiro, irmão de Álvaro e Zulma, ocupante da pasta da Administração e Finanças.

Afinal de contas, nepotismo – que em Itanhém atende pelo neologismo “necotismo” – constitui falta grave nos âmbitos legal e moral, o que tem motivado o Ministério Público Estadual (MPE) a intervir em diversas administrações municipais no sul da Bahia, a exemplo de Itabuna, Itamaraju e, agora, na terra de Água Preta.

Enquanto o MPE tenta impor um pouco de razoabilidade à administração dos Pinheiro em Itanhém, para dar um basta no nepotismo, Álvaro segue firme e forte com sua arrogância e despreparo à frente da Educação, que deveria estar sendo gerida por alguém do ramo com um mínimo de sensibilidade e preparo.

No último dia 16, durante o retorno das atividades do Legislativo Municipal, Álvaro Pinheiro, que representou a prefeita, mostrou mais uma vez a que veio. Ele leu o discurso da irmã ausente e, ao falar por conta própria, exercitou mais uma vez sua arrogância e despreparo para os nove vereadores e público presente.

Duas questões, por motivos óbvios, ganharam relevância na fala do secretário – o fechamento da Escola Família Agrícola de Itanhém (Efai) e a não eleição de diretores para as escolas da rede municipal de ensino. Isso mesmo, por mais incrível que pareça.

Desde que foi nomeado secretário da Educação pela irmã, Álvaro vem defendendo o fechamento imediato da Efai – instituição que oferece cursos ligados à agropecuária há mais de 30 anos, inclusive durante os dois mandatos de Neco Batista, pai dos irmãos Pinheiro –, o que provocou uma onda de críticas, sobretudo da Fundação Padre José Koopmans, que é sediada em Teixeira de Freitas. Como se sabe, a Efai foi instalada em Itanhém graças ao empenho pessoal do saudoso Padre José.

Em seu discurso na sessão da Câmara, Álvaro argumentou que a escola oferece um curso – Agroecologia – que não é reconhecido pela secretaria da Educação da Bahia, que os dormitórios parecem mais navios negreiros e que, enfim, ensino médio não é da competência do município.

Arrogante e irônico, ele desafiou os alunos da Efai e criticou duramente os professores da instituição. “Se eu perguntar ‘Você sabe o que é um NH3, uma molécula de nitrogênio?’, não vai saber. Não tinha ninguém ali com base para poder produzir ensino e aí vem defender [a permanência da escola]”, provocou o secretário.

O homem errado no lugar errado desafiou os alunos do curso de Agroecologia sobre o significado da fórmula NH3, que talvez nem os quatro vereadores que possuem curso superior conheça a tal fórmula.

Por fim, ele se posicionou diametralmente contra a eleição de diretores para as escolas do município. Segundo o secretário, diretor escolhido democraticamente pela comunidade escolar “faz política dentro da escola, em vez de se comprometer com o [lado] pedagógico, com o calendário escolar e com a assiduidade”.

Muito triste, a essa altura dos acontecimentos, a população de Itanhém – especialmente a comunidade escolar – ter que aturar uma figura anacrônica, quase patética, à frente da secretaria da Educação. Alguém que, em vez de propor melhorias para uma escola que já foi referência como a Efai, opta pelo fechamento dela.

Alguém que, em pleno terceiro milênio, defende a indicação política de diretores em vez da eleição direta e democrática deles. Pensando bem, deve se tratar mesmo do “homem errado no lugar errado”./aguapretanews

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