A entidade Seja Digital,
responsável pela migração do sinal de televisão analógico para o digital, já
entregou 500 mil kits com antena, conversor e controle remoto a famílias de
baixa renda da capital paulista e Grande São Paulo. Cerca de 1,8 milhão de domicílios
da região têm direito ao benefício.
O sinal analógico de TV será
desligado em São Paulo e nos 38 municípios da região metropolitana no dia 29 de
março, conforme previsão da Anatel. O desligamento só ocorrerá, no entanto, se
na data ao menos 93% das 7 milhões de famílias já tiverem acesso ao sinal
digital. De acordo com pesquisa Ibope realizada no fim de janeiro, a meta está
próxima de ser cumprida: 86% já têm.
Os kits gratuitos
distribuídos pela Anatel, por meio da Seja Digital, estão disponíveis aos
beneficiários de programas sociais do Cadastro Único do governo federal, como o
Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida. Basta aos interessados acessar o site
com o Número de Identificação Social (NIS) ou ligar para 147 e agendar a
retirada.
Os aparelhos começaram a ser
entregues às famílias da Grande São Paulo em outubro do ano passado e, nesta
sexta-feira (17), foi realizado a entrega simbólica do kit de número 500 mil.
Diferentemente do que aconteceu em Brasília, primeira capital a passar pelo
processo de migração de sinal, a maioria (55%) das famílias paulistanas tem
solicitado o serviço pela internet.
Apesar do número de kits
gratuitos ter sido entregue a apenas 26% das famílias que tem direito a
recebê-los, a Anatel diz que o cronograma de implantação da TV digital segue
dentro do esperado. A Seja Digital diz entregar cerca de 80 mil kits por semana
e que tem capacidade de distribuir até mais, mas não há demanda para isto.
Como o sinal digital existe
em São Paulo desde 2007, grande parte da população, incluindo as camadas mais
pobres, já conta com a tecnologia. Ou seja: muitas famílias têm direito a
receber os aparelhos, mas não têm interesse em retirá-los porque, afinal de
contas, já os possuem.
A aposta de Juarez Quadros,
presidente da Anatel, é que o número de kits entregues ainda suba
substancialmente conforme a data de fechamento do sinal analógico se aproxima.
"Com todo o trabalho que
é feito, as pessoas tem que agendar, tem que se deslocar para ir nos pontos de
distribuição para retirar, a medida que vai chegando à data limite as pessoas
correm mais para fazer a retirada", aposta. Segundo ele, as famílias de
baixa renda terão até 45 dias pós-desligamento do sinal para solicitar os kits
aos quais têm direito. O prazo pode ser prorrogado no futuro.
O Ministério da Ciência,
Tecnologia, Inovações e Comunicação estima que, até 2018, 1300 municípios já
estejam com o sinal analógico desligado. A expectativa da Seja Digital é de
que, em 2023, a TV digital esteja disponível em todos os domicílios do país. R$
3,6 bilhões serão disponibilizados para tanto - quantia custeada quase que
integralmente por empresas de telecomunicações.
A primeira cidade a ter o
sinal analógico desligado no Brasil foi Rio Verde, em Goiás, em uma espécie de
teste promovido pela Anatel. Depois, o mesmo ocorreu em Brasília e, agora, é a
vez de São Paulo. De acordo com Antonio Martelletto, presidente da Seja
Digital, o custo da operação por domicílio vem caindo praça a praça, em um
ganho de escala. "Se não diminuísse, os recursos disponíveis não seriam
suficientes", garante ele.
A migração de sinal na
capital paulista e em sua região metropolitana é vista pelos responsáveis como
o grande desafio até agora. "À medida que desligamos uma praça, a
subsequente fica mais fácil porque a credibilidade do processo é ampliada.
Então, desligar São Paulo é fundamental para as próximas cidades", afirma
Martelletto. Segundo ele, as próximas capitais a ter o sinal analógico fechado
serão Goiânia e Belo Horizonte./G1
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