A extinção da subcomissão especial de Cultura, Direitos Humanos e Minorias motivou o baiano e deputado federal pelo Rio de Janeiro Jean Wyllys (PSOL) a começar uma verdadeira cruzada contra o presidente da Câmara Federal, Henrique Eduardo Alves (PMDB). O socialista foi enfático e disse que irá até o fim para que todas as outras subcomissões sejam fechadas.
"Ele [o presidente] foi pressionado pela bancada evangélica, que tem um número grande e pode obstruir votações, então precisava dar uma resposta e resolveu ser regimentalista. Só que isso também colocou ele em uma sinuca de bico, porque ele esqueceu que existem outras subcomissões iguais à minha.
Agora, ele vai ter que aplicar o regimento a todas elas e eu vou lutar para isso. Se existem regras naquela Casa, ele terá de cumpri-las", avisou. A previsão feita pelo deputado federal Marco Feliciano (PSC) de que, na próxima legislatura, a bancada cristã crescerá não assusta Wyllys, que comparou a declaração a profecias apocalípticas não concretizadas.
"As pessoas acreditavam que o apocalipse iria acontecer na virada de 1999 para os anos 2000. Há quem acredite que ela aconteça nos próximos dez anos, as pessoas acreditam no que querem... Eles [a bancada evangélica] estão trabalhando para isso, mas do lado de cá o esforço também é grande. Não podemos esquecer que, nas manifestações de junho, as pessoas diziam que Feliciano não os representava", relembrou.
A tentativa de reeleição ainda não é decisão sedimentada na cabeça do parlamentar, que citou sua "popularidade, capilaridade do mandato e prestígio" para contrapor as dificuldades já visualizadas nesse tempo de legislatura. "Não vou sair candidato ao Senado, mas estou pensando ainda sobre a reeleição.
Não é fácil fazer campanha nas condições do meu partido. Somos de uma esquerda socialista, não recebemos doações de empresas, só de pessoas físicas", afirmou. A perseguição dos opositores também tem se mostrado um elemento desmotivador para o baiano. "Sei que vou ser bastante atacado pelos meus detratores, que não jogam limpo. Sendo assim, não é certo que eu vá me reeleger", finalizou. Nos anos de 2012 e 2013, Jean foi escolhido o melhor deputado da Casa. Também este ano, recebeu o prêmio de parlamentar do futuro, pelo Congresso em Foco.
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