Manifestação de mulheres de PMs no Espírito Santo
Os policiais militares que
deixaram de trabalhar nos últimos dias no Espírito Santo começarão a ser
punidos pela corporação. A Polícia Militar do Espírito Santo afirmou que vai
publicar nesta terça-feira (14), no Diário Oficial do Estado, a instauração dos
primeiros Inquéritos Policiais Militares (IPMs) e dos procedimentos de demissão
de 161 militares que aderiram ao aquartelamento iniciado no dia 3, quando
mulheres de policiais bloquearam a frente de batalhões.
Segundo a Polícia Militar,
serão instaurados Procedimentos Administrativos Disciplinares Rito Ordinário
(formalidade que pode levar à demissão policiais quem têm menos de 10 anos de
serviço) ou Conselhos de Disciplina (procedimentos similar para os que têm mais
de 10 anos) de 161 PMs. Os procedimentos demissionários têm prazo inicial de 30
dias para serem concluídos.
Ainda conforme a PM, serão
publicados os IPMs referentes a dois tenentes-coronéis, um major e um capitão
da reserva remunerada. Essas publicações são os primeiros IPMs instaurados de
703 policiais militares investigados desde então. Durante as conversas para a
liberação da frente dos batalhões, as mulheres e mães de policiais colocaram
como exigência a não punição dos PMs que não trabalharam.
Sem acordo
Nesta segunda-feira (13),
depois de nova rodada de negociações, o governo do Espírito Santo não aceitou a
proposta apresentada pelas mulheres e associações da categoria e, com isso, a
paralisação da PM deverá chegar nesta terça ao 11° dia. Na nova tentativa de
acordo, as mulheres abriam mão do reajuste imediato de 43% para os policiais,
mas exigiam a incorporação de benefícios e anistia total de todos os envolvidos
na paralisação da PM.
Em nota, o executivo estadual
afirma que "muito embora as entidades reconheçam que o cenário econômico
nacional e as condições limitadas do governo estadual inviabilizam a concessão
do reajuste solicitado, há o pedido de uma pauta que impacta, de forma expressiva,
o orçamento e as finanças do Espírito Santo".
No novo acordo, nenhum
porcentual de reajuste era mencionado, mas a categoria pedia a concessão de
auxílio fardamento de R$ 533,50 em duas parcelas anuais, a incorporação
imediata aos vencimentos de escalas extras, cronograma para promoções, o
pagamento de auxílio-alimentação e o realinhamento da tabela de subsídios.
O
documento também pedia anistia total aos policiais militares e mulheres
envolvidas no movimento. O governo capixaba descartou a hipótese./r7
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