Em primeiro lugar, é preciso esclarecer que os termos HIV e Aids não significam a mesma coisa. Aids é a doença e o HIV [vírus da imunodeficiência humana] é o transmissor da enfermidade. Ter o vírus não implica em ter Aids, pois a pessoa pode passar muitos anos com o HIV sem que a doença se manifeste e, com tratamento correto, pode vir a não manifestar a doença. Confira perguntas e respostas sobre a transmissão do vírus:
Mulheres têm mais chance de contrair HIV do que homens? Verdade. Mulheres são mais vulneráveis, porque sua área de contato, a mucosa vaginal, é maior do que a masculina. "Além disso, a mulher fica com o esperma "vivo" em seu corpo depois da ejaculação, aumentando não só a área exposta, mas o tempo de exposição a uma quantidade de líquido mais abundante que a lubrificação vaginal", explica Regina Figueiredo, coordenadora de Projetos em Saúde Sexual e Reprodutivos do Núcleo de Estudos para a Prevenção Aids da USP.
Sexo oral transmite HIV? Verdade. O contato com os fluídos durante o sexo oral, especialmente se há ferimentos na boca de quem pratica pode transmitir o vírus. No entanto, o risco de infecção é menor, se comparado com outras formas de contágio como sexo vaginal, sexo anal e compartilhamento de seringas, conforme cartilha sobre Aids do Ministério da Saúde.
Pessoas casadas ou em relacionamentos estáveis não precisam se preocupar com a Aids? Mito. Atualmente, o índice de Aids cresceu muito entre mulheres casadas ou com parceiro fixo. "A Aids hoje está afetando mulheres jovens, que têm relações sexuais com parceiros variados ou fixos sem uso de proteção, além de mulheres idosas que acreditam que relações de longa duração afetiva envolvem fidelidade sexual", aponta Regina Figueiredo, coordenadora de Projetos em Saúde Sexual e Reprodutivos do Núcleo de Estudos para a Prevenção Aids da USP e pesquisadora do Instituto de Saúde da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo.
O risco de contágio pelo sexo anal é maior? Verdade. A taxa de contágio é maior do que a do sexo vaginal, por exemplo. "Isso porque a mucosa anal é mais frágil do que a vaginal, sendo mais suscetível ao contágio", explica o médico infectologista e imunologista Esper Kallas, professor da Faculdade de Medicina da USP.
Ainda existem grupos de risco? Mito. Se no início da epidemia a doença afetava mais homossexuais, usuários de drogas injetáveis e hemofílicos, hoje o vírus ameaça qualquer pessoa, de qualquer camada social. "Hoje se fala em comportamento de risco, pois não há mais faixas em que um homossexual tenha mais chance de ter a doença do que uma mulher heterossexual, por exemplo. Ambos estão expostos ao mesmo risco. O que define isso é o comportamento", afirma o médico infectologista e imunologista Esper Kallas, coordenador do comitê de retroviroses da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
Filhos de portadores de HIV também terão o vírus? Mito. "Hoje é possível uma mulher com HIV planejar uma gravidez e ter uma família. Se ela estiver fazendo o tratamento corretamente e com um pré-natal adequado, a chance de infectar o bebê é muito baixa", garante o médico infectologista e imunologista Esper Kallas. No entanto, ela não poderá amamentar, já que o leite materno pode transmitir o vírus. No caso dos homens, eles só podem ter filhos através de tratamento de fertilidade, por meio de um processo chamado de "dupla lavagem de sêmen", que garante que nem o bebê nem a mulher sejam infectados.
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